quinta-feira, 31 de maio de 2012

GERALDO MAGALHÃES, 134 anos




Geraldo Magalhães em São Gabriel, Rio Grande do Sul, em 31 de maio de 1878, falecendo em Lisboa, em 11 de julho de 1970, aos 92 anos. 

Foi um dos principais intérpretes de nossa música popular nas primeiras décadas do século XX, destacando-se ao lado da atriz gaúcha Nina Teixeira na dupla Os Geraldos. Após o afastamento de Nina, passou a fazer dupla com a atriz portuguesa Alda Soares, com quem se casou.

Foi um dos primeiros artistas brasileiros a levar o maxixe ao exterior.




Trovas Sertanejas
Canção
Disco Odeon Record 40.386
Acompanhamento de piano
Lançado em 1905




Que Valem Flores
Modinha
Disco Odeon Record 40.567
Acompanhamento de piano
Disco lançado em 1905




Margarida vai à fonte
Canção popular portuguesa
Disco Odeon Record 40.498
Acompanhamento de piano
Disco lançado em 1906































segunda-feira, 28 de maio de 2012

A Hora do Mingau Nestlé, 1936

Revista Carioca, 1936.


Há produtos que passam décadas sem sair das prateleiras e do gosto popular. É o caso da Farinha Láctea Nestlé, criada em 1886 por Henri Nestlé.
Em 1936, a revista Carioca, trazia esse anuncio:

O futuro do seu bebê depende da alimentação na primeira infância

A "hora do mingau Nestlé" é a hora mais feliz do Carlinhos... Mãezinha não precisa forçá-lo a comer! Para a deliciosa Farinha Láctea Nestlé esse traquinas tem sempre apetite!... Como está robusto, alegre... até dá gosto vê-lo! Sim, porque a Farinha Láctea Nestlé é justamente o alimento que mais lhe convém: saborosa e altamente nutritiva, dá-lhe forças sem fatigar o seu delicado estomago e o seu paladar. Mãezinha está tão contente...






Agradecimento ao Arquivo Nirez

quinta-feira, 24 de maio de 2012

RECEITAS DA VOVÓ, parte1

Há 103 anos, minha querida avó Carmélia nascia.
Lembro que em seus aniversários e nas demais reuniões familiares sempre havia pratos, quitutes e doces inesquecíveis.
Inaugurando uma série de postagens sobre receitas que encontrei em suas coisas, trago um sorvete que marcou época e deixou saudades em várias gerações de nossa família.
A Lourdes, que trabalhou conosco por 50 anos, me passou a receita esses dias.
Eu batizei de Sorvete D. Carmélia.
Aqui vai a receita.



SORVETE D. CARMÉLIA

INGREDIENTES
2 latas de leite condensado
2 latas de leite de gado
4 gemas
4 colheres de sopa de Nescau
2 colheres de sopa de maizena
4 colheres de açúcar

MODO DE FAZER

Mistura no liquidificador:

Creme de chocolate
Leite de gado + leite condensado + gemas + Nescau + maizena.
Depois coloca em uma panela e leva ao fogo, mexendo até formar uma papa (mingau).
Quando ferver, está bom.
Coloca em um refratário e deixa esfriar.


Na batedeira:

Creme branco
Bater as claras em ponto de neve. Depois, coloca 4 colheres de açúcar e deixar em ponto de suspiro. Misturar, com uma colher, o creme de leite.
Derramar a mistura em cima do creme de chocolate.

Levar ao congelador. De preferência de um dia pro outro.






Agradecimento à Lourdes que deu continuidade, com perfeição, às receitas da vovó 
e, agora, vai nos ensinando os segredos.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Meus pensamentos

Essa semana ouvi, por acaso, um choro maxixe e, desde então, ele não para de ser tocado ehehe.
Tudo Preto
Da autoria de Júlio Casado e gravado pela Orquestra Pan American em 1926.
Foi parte da peça de mesmo nome, encenada nesse mesmo ano pela Companhia Negra de Revista. Nessa Companhia todos os profissionais eram negros. Pixinguinha, De Chocolat e Grande Othelo (com 11 anos) eram alguns integrantes. Fora as atrizes, Rosa Negra, Pérola Negra, Dalva Espíndola (irmã de Aracy Côrtes), Jandyra Aymoré (que viria a se casar com Pixinguinha)...
Pena que durou somente um ano, mas, marcou e fez história!


Ainda sobre a Companhia Negra de Revistas.
É triste ver como havia muito preconceito racial na MPB, o que chega a ser uma contradição, pois, muitos dos gênios de nossa música eram descendentes de escravos. Essa Companhia foi enaltecida e criticada.
Havia pessoas que diziam que em breve, as empregadas domésticas desapareceriam, pois todas queriam ser estrelas teatral. E, acreditem, teve até música que criticava as estrelas dessa Companhia...
Há várias músicas onde o preconceito é gritante, chega a impressionar como foram feitas e gravadas.







SYLVIO CALDAS, 104 ANOS



Sylvio Caldas figura entre os Quatro Grandes da Música Popular Brasileira. Os outros três eram Francisco Alves, Carlos Galhardo e Orlando Silva. Além de cantor, era compositor.

Ele nasceu no Rio de Janeiro em 23 de maio de 1908, com o nome de Sylvio Antônio Narciso de Figueiredo Caldas. Depois, já famoso, mudaria seu nome em cartório para Sylvio Caldas.

Cantando desde criança, aos cinco anos ele desfilava no carnaval, carregado nos ombros dos remadores do Clube de Regata São Cristóvão (bairro onde morava), no bloco Família Ideal
Com essa mesma idade, fez uma apresentação no Theatro Phoenix. Aos nove anos, era aprendiz em uma oficina mecânica.

Começou a cantar profissionalmente em 1927, quando o cantor Milonguita (Antônio Gomes) o levou para a rádio Mayrink Veiga; local em que conheceu e fez amizade com o pianista Bequinho e os compositores Uriel Lourival e Cândido das Neves.

Em 1929, já cantava na Rádio Sociedade.

Em 28 de janeiro de 1930, gravou sua primeira música. Cantando com Breno Ferreira, os dois gravaram o desafio Tracuá me ferrô, na Victor.
Em 19 de fevereiro desse mesmo ano, ele gravou sua primeira música cantando sozinho: Amoroso, samba de, no dia 19 de fevereiro de 1930.

Mesmo gravando na Victor, em agosto de 1930 a Brunswick lançou vários discos seus. O primeiro trazia duas composições de Sinhô, que faleceria no dia 04 desse mesmo mês e ano: Recordar é Viver, canção, e Amor de Poeta, samba canção.

Também atuou no teatro de revista, tendo contracenado com Aracy Côrtes.
Era uma das estrelas do Programa Casé.
Em 1937 participou do filme de Luís de Barros, Carioca Maravilhosa.

 Sylvio era irmão da cantora Glorinha Caldas, falecida prematuramente em 1937, com 27 anos.
Também era irmão do cantor Murilo Caldas.

Era conhecido por Caboclinho Querido.

Seu repertório era dos melhores, gravando canções, sambas, marchas, sucessos de carnaval, fazendo duetos com Carmen Miranda, Luís Barbosa ou Francisco Alves, Sylvio Caldas teve uma longa carreira, sendo admirado e influenciando várias gerações.

Ele faleceu em 03 de fevereiro de 1998, em Atibaia, SP,  (onde morou suas últimas décadas), pouco antes de completar 90 anos.

Mesmo idoso, fazia shows. Sempre apresentava uma temporada de despedida, mas, felizmente voltava com outras temporadas, em despedidas que duravam anos e muitas boas apresentações.

Em 1991 perdi a oportunidade de vê-lo, aos 83 anos, cantando e dançando no Theatro José de Alencar. Mas, eu estava com sarampo... impossível poder comparecer.






Agradecimento à Thais Matarazzo e ao Arquivo Nirez

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A ARTE DEFENDENDO A NATUREZA

Ao cair da tarde do dia 06 de maio de 2012, um bonito domingo, à bela paisagem da Beira Mar de Fortaleza uniram-se vários cidadãos conscientes e preocupados. Estavam ali para protestarem contra o novo Código Florestal. Mas, não era uma manifestação comum. Quem passava pelo grupo via crianças desenhando, pais e mães elaborando cartazes, intervenções teatrais, boa música... Enfim, um evento cultural visando chamar a atenção das pessoas aos prejuízos que a mudança pode causar em nossa natureza.

Quem fazia sua caminhada parava alguns instantes ou diminuía o passo para conferir os cartazes e conversar com os organizadores. Todos gostaram do evento que teve o clímax em uma grande ciranda, formada por todos que lá estavam e os que iam se chegando. 


Beira Mar, Fortaleza, 06 de maio de 2012. Foto de Gustavo Portela

Beira Mar, Fortaleza, 06 de maio de 2012. Foto de Gustavo Portela

Uma nova manifestação está programada para o próximo dia 20 de maio, domingo. Nesse novo encontro, haverá ainda mais cultura, com show da cantora e atriz Andréa Piol, do músico Gustavo Portela, fora outros atrativos ligados à arte e em conscientização ao destino de nossa natureza.

Convite ao próximo encontro.

Vamos conferir uma entrevista com a atriz Tatiana Conde e um vídeo feito com os artistas. Foi Tatiana quem primeiro teve a idéia de fazer um protesto aliado à cultura aqui em Fortaleza. Fazendo contatos com demais pessoas interessadas no assunto, ela vem conseguindo ampliar a exposição de idéias em favor da proteção ambiental.

Os atores Jadeilson Feitosa, Tatiana Conde e César Borges.
Foto de Gustavo Portela.

Como surgiu a idéia de fazer uma manifestação alertando as pessoas sobre as mudanças do novo Código Florestal? 

A ideia da manifestação nasceu de conversa entre amigos.No Facebook, pude perceber quanta gente estava insatisfeita com esse novo Código Florestal. Daí pensei: por que não vamos pra rua? Mostrar nossa indignação?A Flor, uma amiga daqui comprou a ideia na hora e começamos a organizar.Tudo muito simples, pois não pertencemos a nenhum partido ou organização. Foi tudo no boca a boca mesmo. As pessoas foram surgindo e fizemos uma manifstação linda.

Você teve a ideia pioneira aqui em Fortaleza. Como vê o sucesso da divulgação, as pessoas aderindo ao evento? 

Muita gente tem se posicionado contra o novo Código Florestal.O que fizemos foi só reunir as pessoas. Acho que se tivermos mais espaço pra divulgação, vai haver muito mais adesão. O assunto é sério, diz respeito a todos nós. Espero que essa segunda manifestação tenha uma resposta ainda melhor.


A manifestação do dia 06 foi um encontro onde a conscientização estava de mãos dadas com a cultura. No próximo dia 20 essa união estará maior. Você acha que essa é uma forma mais eficaz de chamar a atenção das pessoas?

Sempre acho que a cultura está intimamente ligada á educação. 
Elas andam de mãos dadas. 
Uma manifestação se torna mais rica com a presença de artistas. 
Vamos ter música, artes plásticas, moda, teatro...tudo isso unido à informação. Quem não sabe ainda sobre o assunto vai poder ler nos cartazes o que esse novo código significa. Enfim, tentamos unir forças e fazer uma manifestação pacífica, porém forte. 


Quais as chances da Presidente Dilma Rousseff vetar o novo Código Florestal?

Sou otimista...rsrsrs...acho que as chances são grandes. Existe muita pressão pra Dilma vetar.
E não só dentro do Brasil. Hoje o mundo está todo ligado, de olho nas decisões que se tomam. 
O mundo precisa desse veto.


De que forma as pessoas tem encarado a manifestação?

As pessoas tem encarado de uma forma positiva. Sinto que ainda existe muita falta de informação, e em alguns casos, até indiferença sobre o assunto. Acho que tem gente que ainda não percebeu que essa decisão afeta cada um de nós,sem exceção.




sexta-feira, 11 de maio de 2012

SÔNIA CARVALHO, 24 anos de saudade





Há 24 anos perdíamos uma das mais talentosas e queridas cantoras brasileiras, Sônia Carvalho.
Sua carreira iniciou na primeira metade da década de 1930, onde se apresentava acompanhando,  ao piano ou violão, sua irmã, que cantava. Quando começou a cantar foi logo notada pelas rádios de São Paulo, onde nasceu. Seu cunhado, o locutor Celso Guimarães, a aconselhou ir ao Rio de Janeiro. Ela foi e passou a ser requisitada pelas emissoras cariocas. Já em 1934, o compositor André Filho foi o autor das duas músicas de seu primeiro disco. Ela alternava apresentações em São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1936, foi uma das cantoras convidadas a inaugurar a Rádio nacional do Rio de Janeiro, vindo de São Paulo especialmente para a ocasião.
No início de sua carreira, Sônia tinha muita influência do estilo de Carmen Miranda, de quem era fã. Com o passar do tempo adquiriu um estilo próprio, mas, sempre que queria, mesmo quando já era uma senhora, com filhos crescidos, ela imitava com perfeição a Pequena Notável.
Sônia Carvalho fez parte das grandes cantoras dos anos 30. Na década de 1970, ela concedeu uma entrevista ao pesquisador Nirez, onde falava de sua vida, carreira e colegas. Nessa ocasião, contou que em algumas de suas gravações, estavam no coro Aracy de Almeida, Orlando Silva e Francisco Alves, que estavam também no estúdio gravando músicas e tomavam parte no coro uns dos outros por pura amizade. Aliá, uma das músicas preferidas de Francisco Alves era do repertório dela. Sempre que ele via Sônia, dizia: Olha aí a garota que gravou A infelicidade me persegue!
Sua popularidade a levou ser eleita duas vezes Rainha do Rádio Paulistano.
Também apresentou programas infantis de calouros, onde descobriu a cantora Marion.
Ela abandonou sua carreira por ter-se casado, como ela mesmo afirmava. Dedicou-se a sua família, mas, sempre estava ligada à música, no que era acompanhada por seu filho Roberto.
Vamos conferir algumas de suas músicas. Do lirismo romântico e inocente de Beijos ao nostálgico e sentimental Eu vivia no morro, um pouco da versatilidade de Sônia Carvalho.




Beijos
Primeira gravação de Sônia Carvalho
Marcha de André Filho
Disco Odeon 11.176-A, matriz 4918
Gravado em 21 de setembro de 1934, lançado em dezembro desse mesmo ano.



Beijos, sensuais e tentadores
Sonho azul dos namorados
que vivem de amores
(repetindo a melodia desses beijos)

Se dar beijos e pecado
eu já pequei
Pois beijei o meu amor
Numa noite de luar
enquanto a lua enchia a terra de esplendor

Nos lábios do meu amor,
perdão Senhor,
muitos beijos dei também.
E pra não perder o gosto
desses beijos
nunca mais beijei ninguém.


A infelicidade me persegue
Samba de Assis Valente
Disco Victor 34.014-A, matriz 80032-1
Acompanhamento do Conjunto Regional RCA Victor
Gravado em 06 de dezembro de 1935, lançado em janeiro de 1936.




A infelicidade me persegue
sou infeliz, eu bem sei
Toda a amizade que eu tinha
foi-se embora
Abandonada fiquei

Morreu a minha esperança
Morreu o meu amor
Fiquei com a desventura
chorando a minha dor

Fiquei com a desventura
Fiquei sem meu amor
Fiquei com a desventura
do meu primeiro amor


Você quer se ver livre desse mundo
Samba de Assis Valente e Roberto Azevedo
Disco Victor 34.055-A, matriz 80075-1
Acompanhamento do Conjunto Regional RCA Victor
Gravado em 06 de dezembro de 1935, lançado em maio de 1936.



Você quer se ver livre desse mundo
Veneno você quer tomar
(Ora, meu bem)
Mas esse seu pensamento
é coisa de momento
Se ainda não mudou
vai mudar

Se o seu mal é de amor
Procure se esquecer
Faça o possível, seja como for
Nos um dia temos de morrer
Pra quê?

Isso tem de se acabar
Pois tudo que começa
algum dia tem de terminar
Há tanta alegria no viver
Pra quê?


Eu vivia no morro
Samba de Assis Valente
Disco Victor 34.055-B, matriz 80076-1
Acompanhamento do Conjunto Regional RCA Victor
Gravado em 06 de dezembro de 1935, lançado em maio de 1936.



Eu vivia no morro
cantando e sambando
Ao som do lamento
do meu violão
Mas, um dia,´(não sei pra quê)
vim pra cidade
Hoje vivo chorando
em vão
a minha saudade

Porque um dia, indiferente
abandonei a minha gente
Eu não sabia que na cidade
só tem mentira e falsidade

Hoje, eu ando martirizada, abandonada
Meu Deus, sem ter ninguém
Meu coração vive a penar
Ai, quem me dera poder voltar


Metamorfose
Batuque de Hudson Gaia, o Petit
Dico Victor 34.073-B, matriz 80074-1
Acompanhamento do Conjunto Regional RCA Victor
Gravado em 06 de dezembro de 1935, lançado em julho de 1936.



Eu vou na frente
vou batendo o tamborim
Vocês vem atras
mas fazendo o coro pra mim

Não faz mal que todos falem
que eu não sei bater pandeiro
O que eu não quero é que acabem
com o samba brasileiro
Vai tomando, as coisas, jeito
em geral e pequenina
Pois a valsa, hoje,
é um perfeito foxtrot fantasia

A mazurca, hoje é rancheira
O maxixe virou rumba
Parece até brincadeira
São coisas da macumba
Mesmo a xótis foi esquecida
Dando ao tango o seu lugar
Era a dança preferida
Hoje, ninguém quer dançar

Até a valsa comportada
sumiu como tudo some
Qualquer dia, disfarçada
aparece com outro nome
Vou fazer uma macumba
e acender uma vela
Pra evitar que nosso samba
inda vire em tarantela


Deve ser o meu amor
Batucada de Ary Barroso
Disco Victor 34.022-B, matriz 80072-1
Acompanhamento dos Diabos do Céu, sob a direção de Pixinguinha
Gravado em 06 de janeiro de 1936 e lançado nesse mesmo ano.



Ouço a batida de um tambor
E o compasso de um pandeiro
Deve ser o meu amor
Batucando no terreiro
(oi, batucando no terreiro)

Meu amor quando samba
ninguém dá opinião
Tem diploma de bamba
poe os pés no coração
(meu Deus do céu)
Ele é meu, de mais ninguém
e eu dele também
E assim o nosso amor
não tem fim.









Agradecimento ao Arquivo Nirez






quinta-feira, 10 de maio de 2012

EURÍSTENES PIRES, 107 anos



Eurístenes Pires nasceu em Barbacena, Minas Gerais, em 10 de maio de 1905.
Seu pai era um famoso médico de Minas, Dr. João Alves de Almeida Pires.
Em 1919, começou sua carreira artística.
Já em 1928, gravou seu primeiro disco na Parlophon, com as canções Lábios formosos e O olhar da brasileira, ambas de Pedro de Sá Pereira.
Em 1929, foi para a gravadora Columbia, onde lançou três discos.
Já em 1956, gravou um disco na Continental com as músicas, Oh mar e Amor ao luar, ambas de sua autoria.

Ele fez parte dos cantores dos anos 20 que, vindo de família abastada, abraçaram a música popular. Em setembro de 1930, participou de um recitar no Theatro Lyrico do Rio de Janeiro, organizado pelo maestro e compositor Henrique Vogeler, então diretor artístico da gravadora Brunswick, e que foi dedicado à Rádio Brunswick Brasil e as demais sociedades irradiadoras.
Tomaram parte os seguintes artistas: Oscar Gonçalves, Christina Costa (Maristany), Berenice Antunes Piergili, Anna de Albuquerque Mello, gastão Formenti, Edmundo André, Yolanda Osório e Ivetta Ribeiro.
Eurístenes cantou, Só farta você querê e Minha vida.


Algumas músicas de Eurístenes Pires.


Sonhando Amor
Tango de Zequinha de Abreu
Acompanhamento de Hotel Itajubá Orquestra
Disco Parlophon 12.857-A, matriz 1956
Lançado em novembro de 1928




Patrícia
Valsa de Roque Vieira
Acompanhamento do Hotel Itajubá Orquestra
Disco Parlophon 12.857-B, matriz 1957
Lançado em novembro de 1928




Lamentos de Minh´alma
Canção de Carlinhos de Almeida
Acompanhamento do Trio Ghiraldini
Disco Columbia 5.046-B, matriz 380154
Lançado em julho de 1929.




Afrodita
Canção de J. Moreira de Aguiar
Disco Columbia 5.073-B, matriz 380153
Lançado em setembro de 1929




O Querido das Mulheres
Foxtrot canção de Jota Machado
Acompanhamento de Gaó, Jonas, Petit e Zezinho
Disco Columbia 5.119-B, matriz 380407-2
Lançado em dezembro de 1929




Só Farta é Você Querê
Samba canção de Xerém e Gilberto Andrade
Disco Columbia 5.126-B, matriz 380405
Lançado em dezembro de 1929




O Xodó da Morena
Samba canção de Carlos Rodrigues
Acompanhamento de Gaó, Jonas, Petit e Zezinho
Disco Columbia 5.125-B, matriz 380403
Lançado em 1929





Porque Fingiste Não Me Ver
Valsa de José Francisco de Freitas
Acompanhamento de Ghiraldini e sua Orquestra Hotel Esplanada
Disco Columbia 5.125-B, matriz 380409
Lançado em 1929














Agradecimento ao Arquivo Nirez






segunda-feira, 7 de maio de 2012

CARNAUBEIRAS DA CEARÁ, 1938






Em 30 de abril de 1938, o jornalista Raimundo de Menezes escreveu uma crônica para a seção Coisas e Aspectos do Brasil, especialmente para na revista Carioca. Ele enfocava as carnaubeiras do Ceará. As fotos foram feitas por M. Guilherme.
Eis o artigo na íntegra.



COISAS E ASPECTOS DO BRASIL
Carnaubeiras do Ceará – A planta maravilhosa que Humboldt chamou de “árvore da vida”

A carnaúba é a árvore milagrosa do sertão cearense. Muito embora seja vista abundantemente em todo o nordeste brasileiro – do rio São Francisco ao Parnaíba – é, porém, em terras do Ceará, que vamos encontrá-la mais profusamente, às margens do Jaguaribe e do Acaraú.
A “corypha cerifera” (é este o seu nome cientifico) constitui uma das árvores mais úteis, senão a mais útil, da qual o sertanejo tudo aproveita, afirma-nos o cientista Tomás Pompeu.
Palmeira, cujo crescimento é deveras moroso, chega a ter oito a dez metros de altura, somente aos cinqüenta anos de idade.
Prolifera espantosamente, com uma fecundidade que parece um milagre do céu, na terra comburida.

Legenda1: Quando a seca vier, o chão será nu e duro sob o céu coruscante
e só a carnaubeira há de  permanecer verde e moça no ar parado.
Legenda 2: À margem das estradas e à beira dos rios elas se perfilam,
espalhadas pelo sertão do nordeste.


Sua resistência é tão notável, que, às vezes, após as queimadas dos roçados, quando atingida pelo fogo, surge impavidamente, em meio ao braseiro, apenas despida das suas palmas, tronco nu, porém capaz de rejuvenescer à carícia orvalhante das primeiras chuvas.
Não há casa no Ceará que não possua na construção, travessas, ripas e caibros, nos seus tetos, que não tenham sido feitos de troncos de carnaúbas.

A palhoça do sertanejo é levantada totalmente graças à árvore milagrosa: desde a cobertura, entrançada, de maneira magistral, com a palha, capaz de abrigar do maior pé d´água, até às paredes também resistentes, trabalhadas com palmas e troncos.
Para demonstrar a resistência férrea da carnaúba, é ainda Tomás Pompeu quem nos vai contar um exemplo digno de nota: “No lugar Fortinho, à margem do Jaguaribe, onde as marés penetram, há uma ponte assente sobre carnaúbas, construída em 1872, em perfeito estado de conservação”.



Nas secas longas que afligem, quando em vez, as populações rurais, a carnaúba é uma das únicas árvores que atravessam a calamidade vitoriosamente, servindo de alimentação às classes desprotegidas, que dos seus palmitos extraem vinho, vinagre e uma substância sacarina. Quase sempre, também serve de forragem ao gado faminto.
Sua tenaz resistência às secas já foi cantada em belos versos por poetas cearenses:

“Aberta ao sol a fronde rumorosa,
À seca que devasta o vale e a serra,
Sobrevives robusta e vigorosa.
Vendo-te, vê quem pelos campos erra
Que és o símbolo da alma valorosa
Do grande povo audaz da minha terra!”.

Do seu fruto, nas épocas normais de abundância, se faz uma farinha, usada geralmente, como condimento na arte culinária.
O seu tronco tem serventia, no sertão, para o conduto d´água, quando perfurado, substituindo, galhardamente, qualquer cano de ferro.
Suas raízes de pouca profundidade são utilizadas, com êxito, no tratamento das moléstias de origem sifilítica, como os preparados de salsaparrilha.
Das suas palmas, que se abrem ao vento, com um musicar estranho, enfeitando, numa festa constante, os céus descampados, o sertanejo inteligente arranca uma indústria proveitosa: fabrica primorosamente chapéus, que são uma maravilha de arte, urus, esteiras, colmo para casas,cordas, enchimentos de cangalhas...



A cera – o produto mais rico da carnaúba – é tirado das suas folhas. Aberta ao sol, cerca de quatro dias, as palmas, quando sacudidas, deixam cair um pó cinzento e, às vezes, esbranquiçado, que levado ao fogo, se derrete, e se coagula ao esfriar. Misturada ao sebo animal, serve para o fabrico de excelentes velas para iluminação, profusamente utilizadas pelas populações sertanejas.
A cera ainda é exportada, em grande escala, para a Europa e para os Estados Unidos, constituindo uma das principais fontes de riqueza do Estado do Ceará.
Os industriais estrangeiros aproveitam-na vantajosamente, entre outras, para a fabricação de discos fonográficos, em cuja confecção entra como matéria prima essencial de primeira qualidade.

Da árvore milagrosa tudo se aproveita e nada se perde: ainda dos talos das folhas se fazem colchões e camas, portas e janelas, à guisa de venezianas.
A palha produz ainda um sal álcali, empregado no fabrico do sabão.

Como se depreende, enfim, desta leve sumula, a carnaúba, no Ceará e no nordeste brasileiro, é a árvore prodigiosa que serve para tudo, sendo a sua utilidade simplesmente assombrosa, como fonte de riqueza ainda não racionalmente explorada.

(Revista Carioca, 30 de abril de 1938).


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Como vimos, a Carnaúba tem inúmeras utilidades, conhecidas há séculos.
O geógrafo e cientista alemão Alexander von Humboldt a chamava de árvore da vida. 

Alexander von Humboldt (1769-1859)

É interessante as várias formas em que a palmeira é aproveitada, inclusive na fabricação dos famosos discos de cera, que sempre ouvimos aqui no blog.
Desde o início da indústria fonográfica, foram usados alguns materiais para se obter um disco resistente e livre de ruídos. Justamente a cera de carnaúba foi um dos melhores encontrados.


O cientista Tomás Pompeu, citado na reportagem, me parece ser Tomás Pompeu Lopes Ferreira. Além de cientista, ele era poeta, contista, cronista e romancista, tendo escrito os versos do Hino do ceará, cuja melodia ficou a cargo do maestro cearense Alberto Nepomuceno. Tomás Pompeu nasceu em Fortaleza, em 16 de novembro de 1879 e faleceu na Suíça, em 15 de julho de 1913. 


Não consegui identificar o autor dos versos citados. Quem sabe não seriam de nosso cientista/poeta Tomás Pompeu...

Abaixo fiz um pequeno glossário de palavras contidas no texto. Algumas, não são usadas há décadas e outras, são típicos objetos do nordeste, talvez, desconhecidos em outras regiões.
Vamos a elas:

Comburida – Queimada.
Urú - Cesto feito com folhas de carnaúba, dotado de alças. 
Colmo – Tipo de caule.
Cangalha - Artefato feito de madeira ou ferro, normalmente acolchoado, que se coloca no lombo de cavalos, jumentos, burros... para pendurar carga. 
À guisa de – À maneira de.







sábado, 5 de maio de 2012

Dalva de Oliveira, 95 anos

Para o album do Radio-Fan - Dalva de Oliveira
Dalva de Oliveira é uma figura de relevo no "Trio de Ouro", como agora é chamada a "Dupla Preto e Branco". 
Começou cantando no radio, sózinha. Por esse tempo já existia a "Dupla Preto e Branco".
Juntou-se a ela. Esposou Herivelto Martins, o "branco" da dupla e acompanhou-o recentemente a uma viagem a Porto Alegre, onde voltou com maior gloria para a sua carreira. Dalva de Oliveira atúa, ainda como figura integrante do "Trio de Ouro" - "Dupla Preto e Branco" - na PRG-3, Radio Tupí.
(Revista Carioca, 19-03-1938, nº 126.
Obs: Copiei a nota na íntegra, com acentuação, pontuação e grafia originais).




Há 95 anos nascia Dalva de Oliveira, nossa Rainha da Voz e amiga querida, 
uma vez que, para a própria Dalva, ela não tinha fãs, e sim, amigos.



Selecionei dez músicas com Dalva cantando sozinha ou com o Trio de Ouro.

Alvorada
Trio de Ouro
Samba rumba de Príncipe Pretinho e E. J. Moreira
Disco Columbia 55.066-B, matriz 150-2
Gravado em 10 de maio de 1939, lançado em junho de 1939



Mesma História
Dalva de Oliveira
Marcha de Benedito Lacerda e Herivelto Martins
Acompanhamento de Benedito Lacerda e seu Conjunto Regional
Disco Columbia 55.218-A, matriz 285
Gravado em 24 de maio de 1940, lançado em junho de 1940





Menina de vestido branco
Dalva de Oliveira
Mazurca de Príncipe Pretinho
Acompanhamento de Benedito Lacerda e seu Conjunto Regional
Disco Columbia 55.218-B, matriz 286
Gravado em 24 de maio de 1940, lançado em junho de 1940










Acorda João
Trio de Ouro
Cena Típica de Humberto Porto
Acompanhamento de Benedito Lacerda e seu Conjunto
Disco Columbia 55.219-B, matriz 283-1
Gravado em 24 de maio de 1940, lançado em junho de 1940




Caçador de Esmeraldas
Dalva de Oliveira
Marcha de Rancho de Osvaldo Santiago e Humberto Porto
Acompanhamento de Fon Fon e sua Orquestra
Disco Columbia 55.252-A, matriz 345-2
Gravado em 11 de novembro de 1940, lançado em dezembro de 1940




Sorri
Trio de Ouro
Samba de Príncipe Pretinho e Lauro dos Santos “Gradim”
Acompanhamento do Grande Conjunto de Benedito Lacerda
Disco Columbia 55.252-B, matriz 343-1
Gravado em 11 de novembro de 1940, lançado em dezembro de 1940







Lamento Negro
Trio de Ouro
Batuque de Constantino Silva “Secundino” e Humberto Porto
Acompanhamento do Grande Conjunto de Benedito Lacerda
Disco Columbia 55.270-B, matriz 385-1
Gravado em 1941, lançado e maio de 1941




Lá em Mangueira
Trio de Ouro
Samba de Heitor dos Prazeres e Herivelto Martins
Acompanhamento de Benedito Lacerda e seu Conjunto
Disco Odeon 12.242-A, matriz 7095
Gravado em 15 de outubro de 1942, lançado em janeiro de 1943




Babalu
Dalva de Oliveira
Samba de Margarita Lecuona, versão de Humberto Porto
Acompanhamento de Radamés Gnatali e sua Orquestra
Disco Odeon 12.379-A, matriz 7396
Gravado em 07 de outubro de 1943, lançado em novembro de 1943




Sina Triste
Dalva de Oliveira
Lamento de Humberto Porto e Áureo Alves Pineschi
Acompanhamento de Radamés Gnatali e sua Orquestra
Disco odeon 12.379-B, matriz 7397
Gravado em 07 de outubro de 1943, lançado em novembro de 1943










Agradecimento ao Arquivo Nirez








sexta-feira, 4 de maio de 2012

NOEL ROSA, 75 anos de saudade




Há 75 anos perdíamos um dos mais geniais compositores brasileiros, Noel Rosa.

Duas músicas de sua autoria gravadas no início de sua carreira:


Festa no Céu
Toada gravada por ele mesmo
Disco Parlophon 13.185-A, matriz 3654
Acompanhado de Grupo Regional
Gravado em 1930 e lançado em agosto desse ano





Minha Viola
Embolada gravada por ele mesmo
Disco Parlophon 13.185-B, matriz 3320
Acompanhado de Regional
Gravado em 1930 e lançado em agosto desse ano













Agradecimento ao Arquivo Nirez






quinta-feira, 3 de maio de 2012

ALDA VERONA canta VALDEMAR DE OLIVEIRA



Entre 1929 a 1934, Alda Verona gravou sete composições do pernambucano Waldemar de Oliveira.
Alda havia morado em Recife quando adolescente.



Caboca Cheirosa
Canção em parceria com Raimundo Brito
Disco Odeon 10.435-A, matriz 2725
Lançado em agosto de 1929




Teu cheiro, caboca
É um prefume de frô
É um cheiro de amizade
Quando a gente tem saudade
Que é doença do amor
É um cheiro de amizade
Quando a gente tem saudade
Que é doença do amor

O que vosmecê quisé
Mas sem alcançá
Se não houvesse na terra
Eu ia ao fundo do mar buscar
Pra dar

Teu cheiro, caboca
É um prefume de frô
É um cheiro de amizade
Quando a gente tem saudade
Que é doença do amor

Pra vosmece vou buscar
Esse seu tabaréu
As ondas do mar
E as estrelas do céu

Teu cheiro, caboca
É um prefume de frô


Maracatu
Canção em parceria com Ascenço Ferreira
Disco Odeon 10.435-B, matriz 2726
Lançado em agosto de 1929


Zabumbas de bombos
estouros de bombas
batoques de ingonos,
cantigas de banzo,
rangir de ganzás...
— Loanda, Loanda, aonde estás?
Loanda, Loanda, aonde estás?
As luzes crescentes
de espelhos luzentes,
colares e pentes,
queixares e dentes
de maracajás...
— Loanda, Loanda, aonde estás?
Loanda, Loanda, aonde estás?
A balsa no rio
cai no corrupio,
faz passo macio,
mas toma desvio
que nunca sonhou...
— Loanda, Loanda, aonde estou?
Loanda, Loanda, aonde estou?


Foi na beira do rio...
Toada em parceria com Samuel Campelo
Acompanhamento de Nelson Ferreira ao piano
Disco Odeon 10.452-A, matriz 2761
Lançado em agosto de 1929




(Toada da opereta Aves de Arribação)
Música de Valdemar de Oliveira e letra de Samuel Campello

Revista Phono-Arte, 30/11/1929.
































Foi na beira do rio, foi, foi na beira do rio
que encontrei meu amor, tiritando de frio!
O sol ia morrer
ia a lua nascer
na serra se ouvia
a pintada gemer.

Foi na beira do rio, foi, era noite, inda cedo,
que encontrei meu amor, tremendo de medo!
O sol ia morrendo
ia a lua nascendo
na serra se ouvia
a pintada gemendo!

Foi na beira do rio, foi, quando a lua saia
que encontrei meu amor e lhe dei alegria!
O sol tinha morrido
e a lua nascido
porém a pintada
já tinha fugido!


Edição: Casa Ribas, Recife.
Disco odeon 10.452, cantado por Alda Verona com acompanhamento de piano por Nelson Ferreira.



Sertão
Poema em parceria com Ascenço Ferreira
Acompanhamento de Nelson Ferreira ao piano
Disco Odeon 10.485-A, matriz 2760
Lançado em novembro de 1929




Sertão! – Jatobá!
Sertão! – Cabrobó!
– Cabrobó!
– Ouricuri!
– Exu!
– Exu!
Lá vem o vaqueiro, pelos atalhos,
tangendo as reses para os currais...
Blém... blém... blém... contam os chocalhos
dos tristes bodes patriarcais.
E os guizos fininhos das ovelhinhas ternas:
dlim... dlim... dlim...
E o sino da igreja velha:
bão... bão... bão...
O sol é vermelho como um tição!
Lento, um comboio move-se na estrada,
cantam os tangerinos a toada
guerreira do Tigre do sertão:
“É lamp... é lamp... é lamp...
é Virgulino Lampião...”
E o urro do boi no alto da serra,
para os horizontes cada vez mais limpos,
tem qualquer coisa de sinistro como as vozes
dos profetas anunciadores de desgraças...
– O sol é vermelho como um tição!
– Sertão!
– Sertão!


Nininha
Valsa
Acompanhamento da Orquestra Guanabara
Disco Odeon 10.631-A, matriz 3578
Lançado em julho de 1930




Quem te fez formosa
Bela como a rosa
Nunca pode pensar
Nem imaginar
Que te tornaria
Flor morena, humana
Dentre as outras, soberana

Nininha, tuas mãos são ideais
Nininha, os olhos teus são divinais
Oh, Deus
Que poeta e sonhador te fez?
Depois sorriu
?
Nininha, teus cabelos são fatais
Nininha, e os gestos teus são divinais
Nininha, és de todas as mulheres,
Rainha,
Linda Nininha


Casa Destelhada
Canção em parceria com R. de Abreu
Acompanhamento da Orquestra Guanabara
Disco Odeon 10.631-B, matriz 3579
Lançado em julho de 1930




A minha vida
É uma casa destelhada
Por um vento
Por fim, pingo de chuva
As gosteiras de todas as misérias
Estão caindo com lentidão perversa
Na terra triste do meu coração
A minh´alma inquilina esta pensando
Que é preciso mudar-se
Que é preciso ir para uma casa bem coberta
As goteiras estão caindo
Lentamente, perversamente
Na terra molhada do meu coração
Mas a minh´alma esta pensando
Em adiar quanto mais a mudança precisa
Ela quer muito bem à velha casa
Em que já foi feliz
E em sonho se solta
Rápida, de frio
Fugindo às goteiras que caem lentamente
Na terra esverdeada do meu coração
Ou a felicidade, estranha, há de pensar
Que a casa agüente mais um ano
Nas paredes oscilantes
Ou a felicidade volumada
Ia adiar a mudança
Embora não ouvindo a musica da goteira triste
Que cai lentamente, perversamente
Na terra gelada do meu coração


Tão fácil a Felicidade
Canção
Acompanhamento da Orquestra Victor Brasileira
Disco Victor 33.853-B, matriz 79710-1
Gravado em 02 de outubro de 1934
Lançado em novembro de 1934




Alçando vôo o pensamento
vai ansiar buscando o amor
E cruza os véus do firmamento
e nada encontra, senão dor

Volta, a buscar o esquecimento
Toda a sangrar numa só saudade
E vai pensando em seu tormento
Como és difícil felicidade!

Mais uma vez vem a ilusão
de procurar o alguém que vem
As asas põe num coração
que encontra enfim o amado alguém!

Se venturoso for-me então
descanso o vôo e a ansiedade
Te beijo, entoando esta canção
Como és tão fácil felicidade!









Agradecimento ao Arquivo Nirez








quarta-feira, 2 de maio de 2012

Valdemar e Ataulfo

O dia 02 de maio marca o nascimento de dois grandes compositores brasileiros:
Valdemar de Oliveira e Ataulfo Alves.



Valdemar de Oliveira

Valdemar de Oliveira nasceu em Recife, no dia 02 de maio de 1900. Ele era médico, escritor, teatrólogo, ator e compositor. Entre 1928 a 1934, teve composições gravadas, várias pela cantora e rádio atriz Alda Verona.



Ataulfo Alves

Ataulfo Alves nasceu em Miraí, Minas Gerais, em 02 de maio de 1909. Já no Rio de Janeiro, trabalhava como prático de farmácia, e nessa ocasião conheceu Carmen Miranda, bem antes de Carmen se tornar cantora. Começou a compor por volta de 1929 e uma de suas primeiras músicas gravadas foi Tempo Perdido, samba que Carmen Miranda registrou em cera na Victor.






Fontes:
Arquivo Nirez
Enciclopédia Nordeste (http://www.enciclopedianordeste.com.br)
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