domingo, 4 de setembro de 2011

A HISTÓRIA DE RODOLFO VALENTINO (PARTE 04)

Rodolfo Valentino em Falcon´s Lair
(Clique na foto para ver em tamanho original)




Não perdendo as esperanças de reconquistar Natasha, Valentino quis que a Unaited Artists filmasse The Hooded Falcon. A companhia, porém, tinha outros planos para o astro.

Ele estrelou O Filho do Sheik (The Sono f the Sheik, 1926). Com direção de George Fitzmaurice, trazia Vilma Banky como estrela. Foi o maior sucesso de sua carreira. “O roteiro de Frances Marion combina exemplarmente melodrama e sexo e, juntamente com A Águia, talvez seja o melhor filme do ator”, segundo A. Gomes de Mattos.



The Son of the Sheik, 1926





Vilma Banky e Rodolfo Valentino em The Son of the Sheik, 1926





Rodolfo Valentino em The Son of the Sheik, 1926




Vilma Banky e Rodolfo Valentino em The Son of the Sheik, 1926



Vilma Banky e Rodolfo Valentino em The Son of the Sheik, 1926



The Son of the Sheik, 1926




Aproveitado o êxito do filme, o estúdio mandou seu astro em uma viagem promocional até Nova Iorque. Quando seu trem chegou em Chicago, o jornal Tribune publicou um editorial insinuando que Valentino era homossexual. Ao ler o texto, ele ficou com tanta raiva que chegou a vomitar sangue. Ele conseguiu que o jornal rival, Herald Examiner, anunciasse um desafio ao autor do artigo para uma luta de boxe. O jornalista responsável, porém, não apareceu.
 
Em 15 de agosto de 1926, um sábado, em Nova Iorque, Valentino foi encontrado em seu quarto, com muitas dores e cuspindo sangue. Foi levado para o Polyclinic Hospital, onde raios-X confirmaram uma grande úlcera perfurada na cavidade abdominal e cercada por várias outras áreas ulceradas. Uma cirurgia de emergência foi feita. Mais tarde, o ator acordou vomitando sangue, febril e gemendo de dor. Entre os dias 16 e 20, Valentino ainda sentia fortes dores, estava febril e incapaz de se alimentar. Sua alimentação é feita através de injeções de vitaminas. Na manhã do dia 20 ele despertou com dores fortíssimas, incapaz de respirar. Ele adormece com a ajuda do éter. Mais tarde, ao despertar, Valentino está sem dor e sorridente. Por sua experiência, o médico constata que isso não é um bom sinal.
 
Sua saúde muda drasticamente em algumas horas, agravando seu estado: febril, arfando e gemendo a cada vez que respirava. Sua cavidade abdominal estava inchada, machucada e manchada. Novos raios-X confirmam a pleurisia instalada, levando embora toda a esperança de recuperação. As enfermeiras cuidam do paciente carinhosamente, sem esconder as lágrimas. Analgésicos são dados a ele para que adormeça. Em silêncio, ele sofria sua agonia, fraco e com uma dor contínua. Fora do hospital, já estava formada uma multidão em busca de notícias e novos relatórios médicos.
 
Na noite do dia 22 sua temperatura mantinha-se estável, porém, febril. Com a respiração difícil ele gemia de dor e estava ciente da gravidade de sua situação. Valentino concorda em ver um padre, faz sua confissão, sendo absolvido, porém, estava muito fraco para receber a comunhão.
 
Na manhã do dia 23, foi preciso dar-lhe morfina para aliviar seu sofrimento; mas, já não fazia muito efeito, ele agarrava-se aos ferros da cama, castigado pela dor, muito fraco, com os dentes cerrados. Gemidos escapavam de seus lábios quando já não conseguia suportar a dor e, com os olhos fechados, ele sussurrou “Maman...”.  Foi-lhe dada mais morfina, dando-lhe uma trégua em sua terrível agonia.
 
Com o sol nascendo, a multidão aumentava em torno do hospital. Da janela do quarto onde ele se encontrava, no 8º andar, podia-se ouvir o som das pessoas. O médico, Dr. Meeker, tenta fechar a cortina, mas, é impedido pelo pedido de Valentino, já em seus últimos momentos de lucidez.
 
As horas finais do grande astro foram em estado de coma, seu corpo se contorcendo pela dor da infecção. Os médicos nada podiam fazer por ele.
 
Seu agente George Ullman chorava no corredor e, mais uma vez, foram chamados os Sacerdotes para administrar a extrema unção ao enfermo. 

O semblante de Valentino seria irreconhecível pela multidão de fãs, pois, a batalha por sua vida o emagrecera bastante. Pouco antes do meio-dia, o Dr. Meeker passa uma esponja em seu rosto e pescoço, limpando-lhe o suor. Enquanto os sacerdotes rezavam ajoelhados aos pés de sua cama, Valentino gemeu profunda e dolorosamente pela última vez, ele tem espasmos e seu corpo endurece destroçado pela dor. Seus olhos se agitam por um breve momento e sua cabeça cai para trás, no travesseiro, em repouso.  Era meio-dia e dez, de uma segunda-feira, 23 de agosto de 1926.






O que se sucedeu à morte de Valentino foi uma grande histeria entre suas fãs. Notícias dão conta que várias pessoas cometeram suicídio ao saber que o grande astro não estava mais vivo. Logo na calçada do hospital, duas fãs tentaram se matar. Em Londres, outra tomou veneno em frente a uma fotografia de Valentino. Em Nova Iorque, um rapaz morreu em uma cama coberta com fotos do astro.
 
Os funerais foram um verdadeiro drama digno de Hollywood e estrelado por milhares de anônimos e algumas figuras de destaque no meio cinematográfico. Mais de dez mil pessoas foram às ruas de Nova Iorque prestar suas últimas homenagens ao ator. O mundo inteiro chorava. Se hoje, a morte de alguma jovem celebridade causa grande comoção, imaginem em 1926, nas primeiras décadas do cinema, quando esse meio de comunicação estava se solidificando entre nós e o fato alguém ser célebre era bem diferente de hoje... Uma celebridade tinha muito a oferecer a seus fãs.





















O velório de Valentino foi um grande espetáculo. As fãs quebravam as janelas. Pola Negri, seu último romance, estava inconsolável, caindo histérica sobre o caixão, coberta de negro e com logo véu, precisou ser carregada. Ela se proclamava a “noiva oficial”. Mas ela não era a única viúva. Muitas outras mulheres reclamavam o direito de serem “viúvas” de Valentino. 

O corpo do ator ficou exposto em uma capela mortuária, onde milhares de pessoas passaram para vê-lo. Devido ao calor e a emoção, muitas mulheres desmaiaram. A missa fúnebre foi realizada, em Nova Iorque, na igreja católica de Malanchy de Saint, também conhecida como “capela do ator”, se situando perto da Broadway.




Pola Negri amparada




Pola Negri inconsolável




Seu corpo foi levado de trem para a costa oeste, onde houve um segundo funeral na igreja católica do Bom Pastor, em Beverly Hills (mesmo local e mesmo padre que, 29 anos depois, faria a Missa de Corpo Presente de Carmen Miranda).
 
Porém, ao chegar em Los Angeles, a capital do cinema, o corpo do grande astro ficou em um depósito por alguns dias, sem que ninguém fosse reclamá-lo... Ao saber disso, June Mathis, sua grande amiga ofereceu sua cripta para que Valentino pudesse ser sepultado. Seria uma medida provisória, até que se arranjasse um mausoléu para o ator. Mas June faleceu no ano seguinte e Valentino foi transferido para o jazigo ao lado, também de propriedade dela. Anos depois, o marido da roteirista vendeu o jazigo para a família do ator. Até hoje, em Hollywood Forever Cemetery, os amigos Rodolfo Valentino e June Mathis descansam lado a lado.


Para aumentar o fascínio pelo mito Valentino, durante anos sua sepultura foi visitada por uma dama de negro. Sempre no aniversário de morte do ator, pouco antes do pôr do sol, ela era vista em seu jazigo, onde depositava rosas vermelhas. Ela era vista coberta de negro, com longos véus, e nunca se soube sua identidade. Durante décadas ela repetiu o gesto, até que suas aparições cessaram. 


A Pathe News produziu um cine-jornal sobre o falecimento de Rodolfo Valentino:







No 5º e último artigo mostraremos as homenagens a Valentino feitas no Brasil, composições em suas homenagem em mais curiosidades. Confiram!

O Brasil Homenageia Valentino
http://bit.ly/36IbIsi
 

Outras partes do Artigo:
Parte 1: http://bit.ly/3tuZn4n
Parte 2: http://bit.ly/3jk5Ied
Parte 3: http://bit.ly/36HP6bq
 
 
Mais sobre Rodolfo Valentino:

Rodolfo Valentino, valsa lenta de 1926
http://bit.ly/3oNlGif

Rodolfo Valentino e Suas Canções (onde o ator canta duas composições)

 


 

Agradecimento à Donna Hill, criadora da homepage Falcon Lair - The Rudolph Valentino Homepage (http://www.rudolph-valentino.com). 
 

 
Fontes:
Revista Cinemin nº 26, 5ª Série, Agosto de 1986, artigo "A História de Rodolfo Valentino", de A. C. Gomes de Mattos. Pertencente ao Arquivo Marcelo Bonavides.
 

http://theboulevardblog.blogspot.com/2008/12/ghosts-of-hollywood.html


http://people.famouswhy.com/pola_negri_and_rudolph_valentino/rudolph_valentino_and_pola_negri_pic-p30621.html


http://people.famouswhy.com/pola_negri_and_rudolph_valentino/rudolph_valentino_and_pola_negri_img-p30618.html


http://classicglamourchic.blogspot.com/2010/12/rudolph-valentino-and-pola-negris.html

http://www.folhadonorte.com.br/site/ver.php?manchete=2009

http://www.livevideo.com/video/114B8D12A94F452191FC80AC0B2A811C/death-of-rudolph-valentino.aspx

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